Em abril de 2014, a SAT Ansó apresentou no Instituto Aragonês de Gestão Ambiental (INAGA) um Documento de Consultas Prévias com o objetivo de iniciar os procedimentos de transformação em irrigação de 244 hectares na zona de La Sarda do município de Pedrola (Saragoça). Após as gestões realizadas pela SAT Ansó com outros proprietários da zona, a sociedade Agrícolas Villahermosa S.A. (AVISA) foi incorporada no projeto. Com a aquisição pela SAT Ansó de novas parcelas e a superfície cedida pela AVISA, o perímetro a transformar atingiu os 853,22 hectares aquando da elaboração do anteprojeto e do estudo de Impacto Ambiental.
A Confederação Hidrográfica do Ebro afirmou que embora haja água disponível no sistema, pode haver problemas de abastecimento devido às limitações de transporte do Canal a partir de Gallur, o que impede o consumo de água durante a semana. Este organismo autoriza a captação nos fins de semana (28 h) de 1.100 l/s e permitirá o consumo de água durante a semana se houver água em excesso e o funcionamento normal do Canal não for afetado.
As condições de abastecimento, com um caudal instantâneo muito elevado num período de tempo muito curto, obrigaram a reconsiderar a solução técnica prevista no anteprojeto, de tal forma que parece imprescindível, se as limitações concessionárias se mantiverem, construir um dique junto ao Canal Imperial, apesar do custo financeiro que isso possa acarretar.
Levando em consideração que a implantação e irrigação das culturas lenhosas serão lentas e que, portanto, os consumos máximos não ocorrerão até dentro de alguns anos, os promotores decidiram adiar a construção do dique do Canal até que a sua necessidade seja confirmada.
Isso não seria necessário, se as condições de abastecimento dadas pela Confederação Hidrográfica do Ebro fossem melhoradas nos próximos anos.
O objetivo deste projeto é conceber e avaliar as ações comuns necessárias para a irrigação de 838,4 hectares das áreas de La Sarda e El Terrero.
Na memória do projeto incluem-se as obras que são necessárias para captar e transportar água desde o Canal Imperial até uma dique de regulação que será construído na área de La Sarda, na fronteira das duas explorações.
- Estação de bombeamento
- Impulsão
- Dique de 80.000 m³
- Eletrificação. Baixa tensão
- Controlo e automatização
Dada a necessidade de realizar as obras de captação com urgência, aproveitando o fecho do canal no mês de fevereiro de 2017, o projeto divide-se em duas fases:
Primeira fase:
- Demolição entrada atual.
- Demolição de contentor e casa bombas atuais.
- Desvio da acéquia.
- Construção da nova entrada.
- Entroncamento da estrada Z-525.
- Contentor de captação.
Segunda fase:
- Construção do edifício da estação de bombeamento de captação.
- Instalação dos equipamentos de bombeamento, coletores e mecanismos hidráulicos.
- Instalação da tubagem de impulsão, ventosas, entradas e escoamento.
- Execução dos cruzamentos nas estradas, autoestradas e acéquias.
- Construção de um dique com capacidade de 80.000 m³.
- Conexão e instalações elétricas.
Estimativa da altura manométrica nas diferentes condições de funcionamento:
O rendimento das bombas em qualquer situação será superior a 75%.
O golpe de aríete foi calculado e foi obtido um valor de 68,24 m.c.a. o que provoca uma sobrepressão máxima de 97,24 m.c.a. Embora a tubagem prevista seja de 12,5 atm, serão instaladas 2 válvulas antecipadoras de onda de 6” para evitar a fadiga do material devido a paragens acidentais. A proteção será completada com a instalação de 3 unidades de ventosas trifuncionais de passagem total para água limpa DN100, com sistema anti-golpe de aríete com fecho em duas etapas e disco de proteção anti-golpe de aríete.
Devido à importância dos serviços afetados no trajeto da tubagem de impulsão, o seu traçado é cuidadosamente analisado. O comprimento da tubagem de impulsão seria de 3.034 metros, desde a captação até ao dique, e o traçado é determinado pelos cruzamentos das estradas existentes.
A escolha do material PVC-O deve-se, entre outros motivos, à sua resistência à corrosão, à sua facilidade de montagem e ao facto de ser uma tubagem mais económica.
O diâmetro mais adequado é calculado tendo em consideração os custos de investimento e os energéticos, sendo designado para esta ação o diâmetro de 800 mm.
Para o seu correto funcionamento e proteção, são instaladas ventosas para a expulsão/admissão de ar com um duplo objetivo. Em primeiro lugar, assegurar o funcionamento correto em situação normal, evacuando o ar que possa estar acumulado dentro da condução. Em segundo lugar, para proteger a condução contra transitórios causados pela onda de pressão negativa e as depressões associadas a ela que poderiam ocorrer.
A tubagem será instalada numa vala completamente enterrada sob a secção tipo descrita a seguir. A cama da tubagem terá uma espessura de 15 cm, estará perfeitamente nivelada e será composta por gravilha de tamanho 6/20 mm. O cobrimento será realizado da seguinte forma:
- O espaço compreendido entre o terreno natural até 15 cm acima da geratriz superior do tubo (1 m no mínimo) será preenchido com material que não seja inadequado, procedente da própria escavação ou de empréstimos por compactação, com rolo ou similar até um PN de 85%.
- O espaço compreendido entre a geratriz inferior do tubo e 15 cm acima da geratriz superior do tubo será preenchido com gravilha de 6-20 mm.
- O espaço compreendido entre a base da vala e a geratriz inferior da tubagem será preenchido com gravilha de 6-20 mm.
Terminada a execução, deve-se deixar o terreno no seu estado original, livre de elementos grosseiros, material granular, etc., nas margens das parcelas reconstruídas e em perfeitas condições para a irrigação.
A conceção do dique foi realizada tentando conseguir uma definição geométrica que otimize os movimentos de terra necessários. Considerando este critério, a cota do fundo do dique será de 264,30 m, enquanto a de topo será de 272,40 m. A largura do topo será de 5,00 m, para permitir a passagem pela mesma da maquinaria. Os taludes que formarão as terras serão 2,5/1 (interior) e 2/1 (exterior).
- Superfície líquida do dique ao pé do muro: 24.229 m² no sopé do talude exterior.
- Volume da terraplenagem com retirada de 25 cm de solo: 26.789 m³.
- Volume de escavação: 46.609 m³.
- A capacidade doo Dique é de 80.295 m³.
- A superfície total da lâmina de polietileno de 2 mm de espessura é de 20.860 m².
O dique será impermeabilizado com 20.280 m² lâmina de PEAD de 1,5 mm. Debaixo desta, será colocada uma camada geotêxtil de proteção.
São analisadas as diferentes ofertas dos tipos de tubagens (Ferro Fundido, Aço Helicoidal, PVC-Orientado, Betão Armado com Revestimento em Chapa) e escolhe-se a opção cuja relação qualidade/preço seja melhor.
Contempla-se o diâmetro mais económico, considerando o custo energético e o custo de investimento para três diâmetros, sendo o diâmetro de 800 mm o de menor custo global.
A tubagem instalada é um dos elementos mais importantes da rede, daí a importância na escolha do material a projetar. Neste ponto é muito importante ter em consideração a qualidade do material, a sua durabilidade e, claro, a sua contribuição para o ambiente.
As tubagens TOM® de PVC-O são uma excelente alternativa como material nas redes de irrigação pela sua eficiência na exploração e baixos custos de manutenção, devido às suas elevadas propriedades físico-mecânicas e químicas.
Algumas das características a destacar das tubagens TOM® de PVC-O pelas quais o referido material foi prescrito são.
- Devido à sua estrutura laminar, são muito resistentes ao impacto de pancadas e à propagação de fissuras, o que significa que as roturas sejam significativamente minimizadas durante o manuseamento e instalação em obra.
- Garantem um consumo energético eficiente, graças à sua superfície interna extremamente lisa que reduz ao mínimo as perdas de pressão. Além disso, a sua maior secção de passagem permite transportar uma maior quantidade de água com custos energéticos equivalentes, obtendo assim maior capacidade hidráulica.
- Graças ao seu melhor comportamento contra os golpes de aríete, a sobrepressão que a canalização sofre é menor, de forma que todos os outros elementos que compõem a referida rede sofrerão menos, conseguindo assim uma instalação muito mais segura.
- A sua inalterabilidade química torna a tubagem imune à corrosão e altamente resistente a fertilizantes e produtos fitossanitários utilizados nas redes de irrigação. Isso, unido à excecional estanqueidade das uniões, evita fugas ou contaminação da água canalizada.
- O maior rendimento na colocação dos tubos e o menor custo em maquinaria e mão-de-obra, possibilitam a realização da obra num prazo e custo muito inferior do que se fosse realizada com materiais tradicionais.
- São a solução mais respeitosa do ambiente, apresentando uma pegada ambiental significativamente inferior a outros produtos. Isso deve-se tanto à eficiência energética alcançada durante a sua fabricação e utilização, como à menor emissão de CO2 para a atmosfera ao longo do seu ciclo de vida. Desta forma, apresentam uma menor contribuição para o efeito de estufa e as alterações climáticas no planeta.